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25/09/2017  - AM: Cartas de mulher morta pelo marido ajudaram a condená-lo a 18 anos de prisão
 
Joana Queiroz - A Crítica

Conforme o promotor de Justiça Ednaldo Medeiros, as páginas com os relatos de sofrimento de Jane foram aditadas ao processo e serviu para mostrar que o feminicídio é a etapa final de uma série de abusos que a vítima sofre

Os registros do sofrimento que a industriária Jane Reathes Pinheiro fez em uma espécie de diário ajudaram na condenação do seu assassino Jailson Jefferson Pinto dos Santos, com quem ela conviveu durante cinco anos e com quem teve três filhos. O processo de Jane foi inserido na semana de julgamentos de casos de feminicídio da 2ª Vara do Tribunal do Júri, que julgou cinco casos entre segunda-feira e ontem. Em todos os casos os réus foram condenados.

Conforme o promotor de Justiça Ednaldo Medeiros, as páginas com os relatos de sofrimento de Jane foram aditadas ao processo e serviu para mostrar que o feminicídio é a etapa final de uma série de abusos que a vítima sofre, na maioria das vezes praticadas pelo companheiro e que acontece nas entranhas do lar.

As cinco páginas dos escritos foram lidas pelo promotor Ednaldo Medeiros durante o julgamento, que aconteceu na quinta-feira. As palavras emocionaram quem assistia ao julgamento, levando muitos ao choro.

Jailson Santos foi condenado a cumprir 18 anos e nove meses de prisão por ter matado a companheira com um tiro na nuca.

Conforme o promotor Ednaldo Medeiros, o sofrimento da vítima durou anos e, ao invés de ela ter denunciado o agressor, porque o amava, ela resolveu desabafar todo sofrimento em uma espécie de diário, escrita nas páginas de um caderno.

Nos escritos, Jane diz que se sente só, apesar de ter uma mãe, uma irmã e filhos com quem ela não podia compartilhar os problemas. Para ela, a mãe e a irmã certamente iam falar “eu não te disse, não te avisei”, já os filhos eram crianças demais para ouvir o que ela sentia. “Tinha uma amiga que eu contava tudo pra ela, mas ela foi embora”, diz trecho dos escritos de Jane.

Ela escreveu ainda que Jailson não gostava dela e ainda dizia que ela não era boa esposa e nem boa mãe. Jane trabalhava em uma fábrica do Polo Industrial de Manaus (PIM), enquanto o assassino não trabalhava, era usuário de drogas e ainda exigia que ela lhe desse dinheiro para comprar entorpecente.

No dia do crime, ele pediu dinheiro e Jane disse que não tinha. Ela emprestou dinheiro de uma amiga e comprou um frango para fazer o jantar para o companheiro e os filhos. Jailson preferiu que ela tivesse lhe dado para comprar droga. Irritado ele disparou um tiro à queima roupa na cabeça dela e a matou no momento que Jane cortava o frango para o jantar.

‘Mortes são por motivos fúteis’

Um conselho de sentença (os jurados) formado por seis homens e uma mulher decidiu, ontem, pela condenação de Harrison de Souto Silva, que vai cumprir 10 anos de prisão pela tentativa de homicídio da ex-companheira Valéria de Freitas Santana. Harrison tentou matar Valéria com 12 facadas, porque ela não queria mais continuar vivendo com ele. O julgamento encerrou a semana do feminicídio da 2ª Vara do Tribunal do Júri. O julgamento foi presidido pelo juiz Rafael Raposo e na acusação atuou o promotor Ednaldo Medeiros.

Em sua réplica, o promotor disse que é inadmissível que ainda hoje homens continuem matando por motivos fúteis como ciúmes, ódio e por não aceitar a separação.

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