- MPMT: Médico é condenado a 41 anos de prisão por morte de companheira grávida
Ana Luíza Anache - MPMT
O médico Fernando Veríssimo de Carvalho foi
condenado pelo Tribunal do Júri da comarca de
Rondonópolis (a 225km de Cuiabá) a 41 anos e
oito meses de reclusão pelo homicídio
quadruplamente qualificado da companheira
Beatriz Nuala Soares Milano, bem como pelo
crime de aborto sem o consentimento da
gestante. O julgamento ocorreu na quarta-
feira (10) e durou mais de 14 horas. Ao
condenado, que se encontra segregado na
Penitenciária Major PM Eldo Sá Corrêa (Mata
Grande), foi negado o direito de recorrer da
sentença em liberdade.
O Conselho de Sentença reconheceu que o crime
foi cometido por motivo fútil e torpe,
mediante recurso que impossibilitou a defesa
da vítima e em decorrência de violência de
gênero, baseado em violência doméstica ou
familiar, pelo fato de a vítima estar
grávida. Atuou no júri a promotora de Justiça
Luciana Fernandes de Freitas, da 7ª
Promotoria de Justiça Criminal da comarca.
Conforme a denúncia do Ministério Público
Estadual, Fernando de Carvalho matou Beatriz
Milano com golpes na cabeça em novembro de
2018, no bairro Vila Aurora I, em
Rondonópolis. O condenado e a vítima eram
conviventes e haviam se conhecido no Estado
de São Paulo, onde residiam, 10 meses antes
dos fatos. O relacionamento era conturbado e,
quando Beatriz descobriu a gravidez, Fernando
não se interessou pela gestação e chegou a
questionar a paternidade.
Segundo apurando nas investigações, o réu se
mostrava ciumento e de temperamento
explosivo. No dia do crime, em que
comemoravam 10 meses de relacionamento,
Fernando levou Beatriz para jantar e a pediu
em casamento. Após retornarem do encontro
romântico, o casal teria se desentendido
quanto à compra de um carrinho de bebê pela
internet quando ele a matou. O médico arrumou
o corpo da vítima, grávida de quatro meses,
na cama do casal e comunicou o falecimento à
família e à polícia na manhã seguinte,
fingindo ser morte natural.