Vitória Gomes - Site Midianews
O júri popular da médica Yana Fois Coelho Alvarenga e de seu marido, o empresário Antonio Pereira Rodrigues Neto, precisou ser adiado após os advogados dele abandonarem o plenário.
Os dois foram a júri nesta terça-feira (23), em Juara, por serem apontados pelo Ministério Público Estadual (MPE) como mandantes do assassinato do então prefeito de Colniza, Esvandir Antonio Mendes, em dezembro de 2017.
A confusão ocorreu quando o juiz indeferiu um pedido da defesa de Antônio, que requisitou as armas do crime. Porém, como as armas estavam em Colniza, onde ocorreu o assassinato - e houve o desaforamento do júri -, o pedido foi indeferido.
Como reação, os advogados Ércio Quaresma, Claudinéia Carla Calabund, Gilberto Carlos de Moraes e Dener Felipe Felizardo e Silva abandonaram o júri.
O julgamento não pôde prosseguir e o magistrado aplicou uma multa equivalente a 100 salários mínimos, cerca de R$ 100 mil, a cada um dos advogados. Além disso, eles deverão arcar com os custos do novo julgamento, que ainda não tem data marcada.
Os advogados de Yana Fois - Robson Dupim Silvia Giraldelli, de Sinop, e Zanone Junior, de Minas Gerais - permaneceram na sessão e não foram multados.
“As penalidades foram aplicadas com base na complexidade do caso e transtorno gerado a todos os envolvidos, além do desrespeito ao Poder Judiciário, aos senhores jurados e demais órgãos envolvidos", justificou o Tribunal de Justiça em nota.
O magistrado ainda destacou que o abandono do plenário de forma injustificável é uma prática usual do advogado Ércio. O profissional atua na área criminalista e já representou a defesa do ex-goleiro Bruno Fernandes, condenado a prisão pelo assassinato de sua ex-amante Eliza Samudio.
Execução de prefeito
Yana e Antonio estão presos desde 2017, quando investigações ligaram o casal à execução do prefeito. O MPE aponta que os dois teriam elaborado um plano para tirar a vida de Mendes por questões “pessoais e políticas”.
Na terça-feira foi necessário utilização de escolta aérea para levar os réus até o local do julgamento, pois estão presos preventivamente na Capital.
O julgamento ocorreria quase quatro anos após o homicídio. Na ocasião, o prefeito estava com o secretário de Finanças, Admilson dos Santos, e foi perseguido por dois criminosos que atiraram diversas vezes em seu carro.
Mesmo ferido, o prefeito conseguiu dirigir até um posto de gasolina, onde encostou o carro. Minutos depois, no entanto, ele não resistiu aos ferimentos e morreu antes da chegada do socorro.
Welison Brito Silva e Zenilton Xavier de Almeida, denunciados como executores do crime, foram julgados em outubro deste ano e condenados a 28 e 25 anos de prisão, respectivamente.
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